18 de fevereiro de 2020

BUFFETS E CHEFS EM CASA DÁ MUITO CERTO. VEJA ESTES CASES DE SUCESSO!

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Autor: Milton Correia Junior, jornalista e redator. 

Empreendedor precoce

Aos 13 anos de idade, Rodrigo Vilela já estava no universo das festas para crianças, trabalhando em barraquinhas armadas por um buffet infantil nos locais dos eventos. Aos 18, já era gerente e tinha sob o seu comando outros funcionários. Com 19 anos, achou que tinha experiência suficiente para ter o seu próprio negócio e partiu para a ação, criando a Supimpa Promoções e Eventos.

Para isso, em 2007 alugou uma pequena sala, que fez de escritório, e utilizou parte da casa dos pais, no bairro do Ipiranga, em São Paulo, como depósito de materiais. “Embora tivesse muito pouca idade, já tinha seis anos de experiência no ramo. Tinha o cargo de gerente e sabia lidar com clientes, empregados e fornecedores. Eu me sentia preparado e sabia que reunia todas as condições de ser um empresário do ramo. Por isso, parti para a ação”, conta.

Suas primeiras providências foram criar um site e veicular anúncios da sua empresa de buffet. A partir daí chegaram os clientes e os primeiros eventos foram acontecendo. “Não tinha nada para comprovar a experiência anterior, mas me vali de amizades e consegui o apoio de fornecedores. A partir daí, as coisas foram acontecendo naturalmente”, explica.

E de maneira bastante rápida. Em pouco tempo, já estava reinvestindo o lucro na compra de mais material. “Minha  preocupação foi a de oferecer um diferencial e sair da mesmice das festas infantis. Conversava com os clientes e procurava saber o que eles realmente queriam, dando sugestões”, revela.

Depois de um ano, a Supimpa deu uma deslanchada com a vinda de um sócio, Wendel Magri, que, além da experiência no ramo de festas, também trouxe mais material para festas (louças, toalhas e enfeites). Essa soma de esforços deu muito certo, sendo que a partir daí Rodrigo passou a cuidar da parte de vendas e marketing e Wendel da organização dos eventos.

“O segredo do nosso sucesso está em tornar realidade os sonhos dos nossos clientes, fazendo eventos sob medida. Temos um departamento de criação que concretiza a idéia. Outra característica nossa é oferecer algo a mais, aquele diferencial que nos destaca da concorrência. Para isso estamos sempre pesquisando e vendo o que está rolando no mercado, para irmos além”, esclarece.

Hoje, aos 32 anos, Rodrigo é o proprietário de um buffet que tem em sua carteira clientes de todos os portes, inclusive grandes empresas. Ele se diz satisfeito em praticar essa modalidade de organizar o evento no espaço do cliente, pois está sempre criando novidades em locais diferentes, fugindo da rotina.

“Em dois anos passamos para um escritório bem maior, num amplo sobrado no bairro do Ipiranga e pretendemos comprar a nossa sede, bem como ampliar o número de clientes e  funcionários”, comemora. Ele afirma se sentir realizado e não se importa de perder parte dos finais de semana com sua atividade.

Iniciativa de sucesso

Levar ao mercado de festas aquilo que ele não tem, é a receita do sucesso de alguns empresários do ramo de buffets. Há 15 anos, Floro Cabral da Silva teve a idéia de montar uma mini- lanchonete para funcionar no local dos eventos . “Em vez de levar várias barraquinhas, como era o costume da época, resolvi criar uma pequena lanchonete que oferecesse aos convidados tudo aquilo que eles encontram nas grandes”, conta Floro.

Assim surgiu a Free Way Mini-Lanchonete Buffet, situada na Vila Mazzei, um bairro da zona norte de São Paulo.  A mini-lanchonete é prática, fácil de ser guardada na casa de Floro, pois ocupa pouco espaço. Por isso, pode ser transportada sem problemas e montada rapidamente no domicilio do cliente.   

Além da  diversidade do cardápio que inclui hambúrgueres, crepes, pizzas e pastéis, entre outras coisas, o diferencial está na qualidade dos ingredientes servidos. “Eu mesmo preparo os hambúrgueres com carne de primeira. Aliás, tudo o que sirvo é de primeiríssima qualidade, e por isso tenho entre meus clientes artistas famosos, políticos e grandes empresários”, afirma.

Mesmo utilizando produtos mais caros, Floro garante que dá para ter um lucro razoável: “tudo está em saber comprar de atacadistas, ou até mesmo em supermercados que façam boas promoções”. Ele acredita que uma mini-lanchonete como a sua, em valores atuais, ficaria em torno de R$ 6 mil. Além disso, é preciso contar também com o auxílio de fornecedores terceirizados, bem como de funcionários free-lancers que irão ajudar a servir os convidados.

“Em 15 anos o mercado de buffets cresceu muito, porém a concorrência também aumentou. Hoje há outras

mini-lanchonetes, mas a qualidade do meu produto e a minha experiência na área são fatores que pesam a meu favor. Ainda há espaço para novos empreendimentos, mas é preciso que o empreendedor crie coisas novas para ter sucesso, assim como eu fiz”, aconselha.

Requinte em casa

          Que tal ter um grande chefe de cozinha, que sabe fazer pratos especiais e requintados, cozinhando especialmente para você e seus convidados, na sua casa? Esse é o serviço que Reinaldo Buri presta em São Paulo, há dois anos, com o seu buffet Chef em Casa.

Depois de trabalhar 15 anos na área de recursos humanos de grandes empresas, Reinaldo Buri resolveu mudar sua vida e ter um negocio próprio. Como gostava de cozinhar, foi fazer um curso de gastronomia no exterior, onde trabalhou em grandes restaurantes.

Quando voltou ao Brasil, continuou aprendendo com cozinheiros famosos. Foi quando teve a idéia de montar um buffet para eventos, almoços e jantares que valorizassem a alta gastronomia. Aí surgiu o Chef em Casa, destinado a um público de maior poder aquisitivo. “Este tipo de cliente não sabe o que é crise e está disposto a valorizar quem presta um serviço diferenciado como o meu”, explica Reinaldo Buri.

Em dois anos de funcionamento, ele acredita que foram investidos cerca de R$ 100 mil na sua empresa: metade veio dele e metade do sócio, que recentemente se desligou da sociedade. O dinheiro foi destinado à abertura da firma, aluguel e montagem de um escritório e compra de equipamentos. “Reinvestimos parte do faturamento e procuramos comprar o básico, pois não há necessidade de imobilizar mais capital em equipamentos que podem ser fornecidos por terceiros”, explica.

Com a saída do sócio, Reinaldo Buri está num momento de repensar a sua empresa de buffet em casa. Ele deseja expandir as atividades e conquistar mais clientes. “Gosto do que faço, estou no caminho certo e pretendo continuar com a minha atividade como empreendedor. Por isso, quero traçar novas estratégias e rumos para o Chef em Casa, a fim de poder recuperar tudo o que foi investido e viver com uma certa folga”, assegura.

Comida regional

Há muitos buffets pelo Brasil. Mas os que se especializaram em comida típica regional, são muito poucos. O Oficina do Sabor é um restaurante de Olinda que também oferece serviços de buffet com pratos da cozinha nordestina, especialmente de Pernambuco.

“Descobri que havia um excelente nicho de mercado, pois a maioria dos buffets trabalha com pratos da cozinha internacional. Mas sempre há quem prefira oferecer almoços, jantares, lanches e coquetéis com um cardápio que inclua as especialidades da terra. Isso encanta turistas e até mesmo visitantes do exterior. Por isso, sou convidado para realizar eventos em outros estados e também em Brasília, o centro político do país ”, revela Cesar Santos, proprietário do Oficina do Sabor.

Cesar Santos começou sua trajetória, com apenas 17 anos de idade, fazendo pratos congelados a domicilio, mas sempre com o sonho de ter o próprio restaurante. Quando abriu o Oficina do Sabor, há dez anos, percebeu que poderia também aumentar sua renda com serviços de buffet, com a vantagem de já ter espaço, equipamentos e funcionários para isso.

Na abertura do restaurante e do buffet, ele acredita ter investido cerca de R$ 200 mil ao longo do tempo, sendo que a maior parte teve origem em parte do faturamento, que foi reinvestido. “Minha vantagem é a de ter poucos concorrentes, e o meu nome sempre é lembrado quando se fala em comida pernambucana”, explica.

O capital investido já foi recuperado e o seu plano para o futuro consiste na separação das atividades do restaurante e do buffet, que contará com local próprio. Uma garantia de que os negócios vão bem e existe espaço no mercado de buffets, para quem trabalha com propostas diferenciadas.

Fornecedora de renome

Atuar  como fornecedor de buffets também é uma alternativa para quem deseja participar do ramo de festas e eventos mas não deseja investir grande capital ou não tem aptidão para ser um intermediador.

Silvia Frandsen é um nome conhecido em Curitiba, onde ganhou fama como fornecedora de bolos, doces e salgados de alta qualidade. Para isso, conta com uma cozinha especializada onde trabalham oito funcionários, além de eventuais free-lancers, necessários quando aumenta o pico da produção.

Ela vem de uma tradicional família de panificadores no interior de São Paulo, mas começou a atuar no ramo da alimentação por acaso, há dez anos, para ajudar na formatura de uma filha. Ela teve a idéia de fazer bolos e doces para vender na escola e a partir daí não parou mais.

            “Fazer doces e salgados para eventos e buffets é um negócio como outro qualquer. É preciso ter firma aberta, funcionários com registro em carteira e seguir as estritas recomendações da vigilância sanitária. É uma atividade de extrema responsabilidade, pois nada pode comprometer a saúde e o bem-estar dos convidados. Por isso, temos de saber como armazenar e manusear alimentos com toda higiene e segurança”, explica.

Para ela, o segredo está na qualidade do que prepara, o que permite o seu destaque perante a concorrência. Além disso, é preciso fazer cursos constantes de atualização e pesquisar novas receitas, para sempre oferecer novidades aos clientes.

“O profissional de doces e salgados deve estar a par de tudo o que é lançado no mercado pelas indústrias, buscando novos produtos que lhe permitam bons resultados. Ou seja, trabalhar com um alto grau de profissionalização, pois a responsabilidade e as cobranças aumentam ao longo do tempo”, ensina.

Embora tenha firmado seu nome em Curitiba, Silvia Frandsen pretende subir ainda mais e aumentar sua produção, levando sempre novidades aos eventos dessa cidade.