27 de julho de 2020

Casos de Covid-19 deverão aumentar problemas neurológicos.

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O alerta é dado por especialistas em psicologia hospitalar e neurologia.

Pessoas que contraíram o Covid-19 poderão apresentar problemas neurológicos ao longo do tempo. Não se trata de um risco para todos que contraíram a doença, mas a probabilidade é maior para os que tiveram a forma mais grave, que requer hospitalização e alguns casos de entubação.

Isso porque problemas graves na respiração podem causar a falta de oxigenação no cérebro, órgão que comanda todas as funções do organismo. Problemas na circulação do sangue, originados pelo novo coronavírus, também levam a lesões cerebrais por falta de oxigênio.

“Tudo ainda é muito recente e estamos estudando essas possibilidades que poderão acontecer no futuro”, afirma o médico-neurologista dr. Bruno Carrara Fernandes. Segundo ele, essas hipóteses poderão se concretizar e para isso será preciso acompanhar o histórico desses pacientes ao longo dos próximos meses.

As especialistas em Psicologia Hospitalar e Neurologia – dra. Sandra Regina Schewinsky e dra. Vera Lucia Rodrigues Alves – acabam de lançar o livro: Lesão Encefálica Adquirida, O Que É Importante Saber.

Lançado em versão digital, o livro está disponível no site da AMAZON

 A questão é que tanto o Covid-19 quanto as demais lesões no cérebro causadas por doenças ou traumatismos, podem causar problemas a médio prazo.  

A dra. Sandra Regina Schewinsky alerta para o fato de que lesões mais sutis no cérebro – as chamadas microlesões – , que não são detectadas pelos exames, como a tomografia e outros, podem com o tempo causar alterações na vida das pessoas.

Lesões sutis

A dra. Sandra Regina Schewinsky explica que  lesões mais sutis trazem mudanças nos indivíduos, que passam a apresentar alterações em seu comportamento, com redução no desempenho no trabalho e nos estudos, com irritabilidade e queda na atenção e memória.

“Tudo ainda é muito recente em relação ao Covid-19. Estamos atendendo pacientes do novo coronavírus para reabilitação, e muitos, que passaram por uma internação mais intensiva, chegam com confusão mental e fragilizados, necessitando de apoio psicológico.  Mas cada caso é um caso, e estamos estudando a melhor maneira de estabilizá-los e reintegrá-los à sociedade”, explica a neuropsicóloga.

Aumento de casos

Em todo o mundo aumentam os casos de Lesão Encefálica Adquirida (LEA), devido a derrames (AVC), acidentes que causam traumatismos cranianos (TCE) e doenças, como a meningite e tumores. A atual pandemia, causada pelo novo coronavírus, também está deixando, como sequelas, transtornos no sistema neurológico. 

Por isso, com a intenção de divulgar o máximo de informações sobre sequelas, tratamento e cuidados de quem sofreu um AVC, TCE (Traumatismo Crânio-Encefálico  ou problemas Pós-Covid19, as dras. Sandra Regina Schewinsky e Vera Lucia Rodrigues Alves lançaram o livro: Lesão Encefálica Adquirida, O Que É Importante Saber.

As especialistas contam com mais de 30 anos de experiência na área da reabilitação de pacientes com LEA. Por isso, resolveram fazer este livro, escrito numa linguagem bem simples, para que a família e cuidadores da pessoa que sofreu a LEA entendam o que está acontecendo com o paciente e, principalmente, o que deve ser feito.

“ Esperamos que a leitura do livro possa diminuir dúvidas e sofrimentos na arte de cuidar de alguém com problemas cerebrais”, afirmam as autoras.

Fácil compreensão

O livro pode ser descrito como um verdadeiro manual ou cartilha, na medida em que é de fácil compreensão, mesmo para pessoas que não estão familiarizadas com os termos da medicina.

O texto é didático e traz informações fundamentais numa linguagem simples e acessível. Além disso, o leitor também conta com o auxílio de ilustrações que complementam, com imagens atraentes, as explicações dadas pelas especialistas.

Outra estratégia das autoras, para facilitar ainda mais o entendimento de um tema que é complexo e difícil na sua natureza, é a de dar exemplos, até com um toque de leve humor, especialmente nas ilustrações feitas por Manoel Carlos Conti.

Desse modo, familiares e cuidadores de pessoas com LEA (e até mesmo os próprios pacientes) compreendem e assimilam o que está acontecendo com eles.

A primeira causa de Lesão Encefálica Adquirida (LEA) que pode levar até a morte é o Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou Encefálico (AVE), seguido pelo Traumatismo Crânio Encefálico (TCE), sendo que as doenças mentais e neurológicas atingem aproximadamente 700 milhões de pessoas no mundo. E agora haverá um contingente ainda maior devido ao Covid-19.

Dificuldades para os familiares

É extremamente difícil quando alguém querido sofre um AVC, ou bate a cabeça, ou tem um tumor no cérebro. Ou seja, quando apresenta uma Lesão Encefálica Adquirida (LEA). Na maioria das vezes, a pessoa recebe alta do hospital e vai para casa e quem precisa cuidar não entende todas as dificuldades e transformações que o ente amado apresenta.

Quando acontecem, são ameaças iminentes à capacidade da pessoa de administrar sua vida, trabalhar, realizar, correr atrás dos seus objetivos e de sua felicidade.

Torna-se necessário reaprender, buscar novas formas de fazer coisas antigas e calibrar as expectativas. Porque nem sempre a vida volta ao normal. Superar é necessário, e os familiares e pessoas próximas são muito importantes nesta jornada.

“Em nossa prática profissional,  percebemos o forte impacto que a Lesão Encefálica Adquirida (LEA) pode causar, tanto nas pessoas vítimas de trauma cerebral, como para familiares e também profissionais que os assistem. A informação de qualidade é a melhor maneira de se orientar e fazer boas escolhas. Neste livro, espero que você encontre as perguntas e respostas que te ajudarão a trilhar este caminho da melhor maneira possível”, dizem as autoras em sua apresentação.

As Lesões Encefálicas Adquiridas (LEA) podem gerar sequelas diversas, como alterações motoras no organismo (dificuldades nos movimentos e na fala), emocionais e comportamentais, tais como tristeza, choro, irritabilidade, agressividade, passividade e desmotivação.

Há ainda a possibilidade de presença de prejuízo das funções cognitivas como: orientação, atenção, memória, funções executivas, curso do pensamento, crítica, cognição social e consciência.

Reabilitação física e neuropsicológica

Em seus capítulos finais, o livro Lesão Encefálica Adquirida, O Que É Importante Saber dedica boa parte sobre a questão da reabilitação do paciente de LEA e da sua inclusão na sociedade. O tratamento leva tempo e requer grande empenho por parte do paciente e dos familiares.

Além de médicos, fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais, o profissional de Psicologia, com técnicas e instrumentos pertinentes, pode avaliar as condições emocionais, comportamentais e cognitivas do sujeito, bem como sua área de interesse para facilitar o retorno à escola ou trabalho, levando em conta suas potencialidades e dificuldades após a Lesão Encefálica Adquirida.

“Mesmo diante, das adversidades, das sequelas, das mudanças ocorridas, é importante ter em mente que sempre há uma gama de possibilidades a serem alcançadas. Seguir as orientações, fazer corretamente os tratamentos, e, principalmente manter os vínculos afetivos facilita, em muito, a recuperação e estabilização do quadro. Assim, mesmo tortuosa, queremos lembrar que a vida é o maior bem que se pode ter”, asseguram as autoras.

ONDE COMPRAR

O livro Lesão Encefálica Adquirida, O Que É Importa Manoel Carlos Conte nte Saber tem como finalidade passar informações para o público leigo, sem conflitos de interesses e sem fins lucrativos.

À venda em edição digital, pode ser adquirido no site da AMAZON

Autoras: Dra. Sandra Regina Schewinsky e Dra. Vera Lucia Rodrigues Alves.

Ilustrações de Manoel Carlos Conte.

Biografia das autoras

Dra. Sandra Regina Schewinsky – Neuropsicóloga. Doutora em Psicologia social pela PUC – Pontifícia Universidade Católica. Mestra em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade São Marcos. Especialista em Psicologia Hospitalar pelo Conselho Federal de psicologia. Psicóloga encarregada do IMREA HC FMUSP Neuropsicóloga do Hospital Sírio Libanês de São Paulo. Docente do Neppho – Núcleo de Estudos e Pesquisas em psicologia hospitalar. Docente na Unisaopaulo.

 

Dra. Vera Lucia Rodrigues Alves – Doutora e Mestre em Psicologia Social pela PUC – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2003 e l997), Especialista em Psicologia Hospitalar pelo CRP – SP (2001); Supervisora em Psicologia Reabilitacional – MEC (l994). Diretora Técnica de Serviço de Saúde – Serviços: Psicologia e Inclusão e Apoio Social no Instituto de Medicina Física e Reabilitação HC – FMUSP; Coordenadora do Programa de Seleção e Capacitação da Rede de Reabilitação Lucy Montoro, atuando nas áreas de assistência, reabilitação profissional, inclusão social, ensino, pesquisa e gestão de pessoal.