27 de novembro de 2019

Ganhar dinheiro está na moda!

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Moda é um ramo da indústria e do comércio com venda garantida. A prestação de serviços também tem ótimo desempenho nessa área. Afinal, as pessoas precisam se vestir e estar bem apresentáveis no trabalho e em reuniões sociais.

Porém ter o seu próprio negócio no ramo da moda não é tão simples como possa parecer. Atuar na área da moda requer muita afinidade: é preciso gostar do que se faz.

Pode ser ou não uma boa oportunidade de ter a sua própria empresa, dependendo do quanto a pessoa estiver disposta a investir em conhecimentos e especialização.

Na verdade, é um mercado bastante concorrido e diversificado. Há um número imenso de itens, coleções lançadas regularmente, tendências e novidades. Quem não está habituado a toda essa complexidade, pode ficar perdido. E quem compra mal, vende mal e perde dinheiro.

O ramo da moda tem desdobramentos, e a pessoa pode atuar nele como desenvolvedor (estilista), fabricante (confecção), comércio (atacado e varejo) e prestador de serviços (consertos, tinturarias, reformas, etc). Dependendo do grau em que o empresário estiver inserido nessa cadeia, ele terá maior ou menor dificuldade em conquistar o seu espaço.

Fábio de Azevedo é Consultor de Varejo do Sebrae-SP. Segundo ele, a loja de varejo de roupas de diversas marcas (multimarca) é uma característica do mercado brasileiro. Porém as grandes redes varejistas já estão se posicionando para chegar à periferia das grandes cidades com toda a sua infraestrutura, know how de exposição de produtos, composição de estoque e oferta de crédito.

Por isso, os pequenos varejistas terão que se destacar pelo atendimento personalizado, oferecendo aos clientes aquilo que realmente eles estão querendo. Ou seja, conhecer a fundo a sua clientela e saber se relacionar com ela. Outra ressalva é que o pequeno varejista também terá de enfrentar a concorrência da venda porta a porta (sacoleiras) e do comércio eletrônico pela internet (e-commerce), que está crescendo muito no Brasil, especialmente no segmento de roupas.

Quem atua no ramo da moda tem que dominar os canais de venda e tornar o seu ponto comercial bastante atraente. Para isso é preciso dominar a tecnologia de gestão do varejo. Além disso, tem que ter um conhecimento muito aprimorado em termos de produtos de moda. Comprar produtos baratos que estão sendo desovados pela indústria pode ser um mau negócio, pois podem ficar encalhados, tendo de ser liquidados e gerando prejuízo. Não dá para ter grandes estoques.

O varejista mais experiente sabe o gosto dos clientes e faz um mix de produtos com itens antigos e novos, repondo aquilo que está tendo mais saída. Quem não vende bem não consegue gerar caixa e trazer novidades para a loja. Outro detalhe importante: boa parte das vendas de roupa é por impulso. Por isso, uma vitrine atraente chama a atenção dos clientes. E saber fazer uma boa vitrine é uma arte, pois é preciso dar destaque às roupas e também misturar produtos novos e antigos, para que todos tenham a mesma oportunidade de venda.

O Sebrae pode prestar todo o tipo de auxílio a quem deseja ter o seu negócio voltado para o ramo da moda. Em suas unidades espalhadas por todo o país, especialistas estão prontos a dar aos interessados todo o tipo de informação necessária para que ele monte a sua confecção, loja de varejo ou ponto de prestação de serviços. Além disso, há cursos especializados para quem deseja se iniciar no ramo ou aprimorar os conhecimentos.

Os temas vão desde a composição de uma vitrine, até a ambientação das lojas, formação de preços, gestão, etc. Mais informações podem ser obtidas no telefone 0800 570 0800. Também é possível baixar uma cartilha sobre como empreender em moda neste link.

 

Mercado  

O Brasil é o  maior mercado varejista de roupas da América do Sul. É o que indica o relatório publicado pela A.T. Kearney, empresa de consultoria empresarial dos Estados Unidos. Esse estudo aponta que o mercado brasileiro movimenta U$ 42 bilhões em vendas, sendo líder absoluto em relação aos U$ 14 bilhões do segundo colocado, México. A previsão é que o mercado brasileiro varejista de roupas alcance mais de U$ 48 bilhões de vendas até 2025, impulsionado principalmente pela expansão de shopping centers e pelo rápido desenvolvimento do e-commerce no país.

Outro importante fator apontado pela consultoria norte-americana é que os brasileiros “adoram comprar e são extremamente antenados em moda”. E dados do IBGE confirmam essa visão, apontando que, por exemplo, uma família brasileira gasta em média R$ 83,00 por mês em roupas e acessórios.

Outro setor em franco crescimento no ramo da moda é o de vendas pelo e commerce. Segundo Andre Dias, Diretor Executivo da e-bit, a categoria de moda com certeza é uma das que possuem maiores destaques no comércio eletrônico brasileiro, atingindo a primeira posição do ranking em volume de vendas nos últimos anos.

Atualmente, o setor de moda é a categoria com maior volume de vendas (pedidos) na internet, representando assim grande importância para o mercado brasileiro de e-commerce.

“Para se destacar da concorrência e atrair mais consumidores no mercado da moda pela internet, este setor precisa trabalhar fatores como personalização e exclusividade. Ao analisar esta categoria, notamos que redes sociais e blogs tornam-se um dos principais motivadores de compra e, desta forma, fatores como recomendação e inbound marketing podem ser boas alternativas para crescimento”, explica André Dias.

Os diferentes formatos do varejo compõem o principal canal de escoamento dos artigos de vestuário consumidos no país. Para a indústria, o varejo responde diretamente por 75,2% da distribuição de toda a produção nacional de vestuário. O comércio atacadista soma 17%, a exportação representa apenas 0,4%, e as lojas de fábrica, institucional e os demais canais (institucional e internet) somam 10,9%.

Entre os estados, São Paulo é o maior produtor de artigos de vestuário e também o maior consumidor, em seguida aparecem Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Nichos

Nichos são ótimas oportunidades para pequenos negócios da moda. O SEBRAE identificou sete segmentações possíveis e preparou cartilha com orientação e dicas para pequenos empresários do varejo, que somam mais de 800 mil empresas no país. A cartilha pode ser baixada neste link…..

Moda plus size, gestante, sustentável, brechó, gospel (evangélica), streetwear e country são segmentações possíveis neste mercado, segundo o levantamento do Sebrae.

 Moda plus size – A moda plus size ou moda GG é direcionada para pessoas que usam roupas acima do padrão convencional usado nas lojas, isso é, pessoas muito altas, com coxas grossas, bustos maiores, pés grandes ou que usam tamanho acima do tamanho 44. É um mercado em expansão que cresce 6% ao ano e movimenta cerca de R$ 5 bilhões, o que representa 5% do faturamento total do segmento de vestuário, segundo a Associação Brasileira do Vestuário (Abravest). Esse percentual corresponde a cerca de 300 lojas físicas e aproximadamente 60 virtuais. A expectativa, segundo a associação, é de um crescimento de pelo menos 10% ao ano. Mais da metade da população brasileira é público alvo da Moda Plus Size já que, segundo dados do Ministério da Saúde, 50,8% dos brasileiros estão acima do peso, e destes, 17,5% são obesos.

Moda gestante – É direcionada para mulheres que estão vivendo um momento muito delicado de suas vidas, passando por uma série de transformações que vão do humor ao corpo. São mulheres exigentes, que vivem um momento de ansiedade, impaciência e insegurança, provocadas pelas alterações de humor típicas da gravidez e que mudam de numeração a cada semana. É um mercado em expansão que pode apresentar uma oportunidade para os empresários do setor de vestuário.

Moda sustentável – O público de moda sustentável é crítico, consciente de seus hábitos de consumo e, por isso, valoriza um produto muito além da modelagem e do belo, mas com respeito à ética, sua relação com a natureza e com as pessoas. Este público valoriza uma peça de roupa, calçado ou acessório que contemple, em alguma medida, os princípios de moda sustentável. Ou seja, que seja feita de matéria-prima renovável, que polua menos para ser fabricada e que seja oferecida por empresa que paga um valor justo aos trabalhadores envolvidos no processo de fabricação.

Moda brechó – O número de pequenos negócios de artigos usados com faturamento anual até R$ 3,6 milhões cresceu 210% em cinco anos no Brasil, segundo cadastro nacional do Sebrae. No período de 2007 a 2012, passou de 3.691 para 11.469 pequenos negócios, que representam 95% do total das empresas do segmento especializado na venda de artigos usados de vestuário, acessórios, móveis, utensílios domésticos e eletrodomésticos. Consumir peças usadas, exclusivas e reaproveitadas, tem se tornado uma alternativa de consumo na moda. Esse mercado oferece baixo risco e concorrência, público bem diversificado e fiel, e investimento inicial relativamente baixo se comparado com outros segmentos do comércio varejista.

Moda evangélica ou gospel – Os brasileiros adeptos da religião evangélica fazem parte de um grupo que movimenta um mercado próprio de artigos religiosos e de produtos feitos sob medida para eles. São mulheres e homens que buscam elegância, sofisticação, estilo e conforto em um visual comportado. Para as mulheres o objetivo é estarem discretas e comportadas, mas usando cores e estampas dentro das tendências da moda. Em 2010, o Brasil possuía 42 milhões de evangélicos, o equivalente a 22% da população brasileira segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Moda streetwear – A moda streetwear nasceu no Brasil há pouco mais de 20 anos, sendo lançada por adeptos do skate. Hoje, ela também está associada ao estilo do jovem urbano, como sinônimo de frescor e juventude, utilizado por um público que não é, necessariamente, skatista. Segundo o estudo realizado pelo DataFolha, encomendado pela Confederação Brasileira de Skate (CBSk), o número de pessoas que andam de skate no país tem crescido nos últimos anos: em 2010 existiam 3,8 milhões de no país – um aumento de 20% em relação ao levantamento anterior realizado em 2006. O entorno cultural que o mercado possui e o impacto que ele promove no comportamento das pessoas influenciam inúmeras pessoas que nem sequer andam de skate.

Moda country – O estilo country no Brasil é uma mistura do tradicional cowboy americano com os trajes utilizados pela elite da Inglaterra em torneios e cavalarias. De forma geral, é utilizado por homens e mulheres que gostam de música sertaneja, frequentam rodeios e estão envolvidos de alguma forma com o cenário agropecuário nacional. Atualmente, as roupas são mais modernas e acompanham tendências de moda, sem perder, contudo, o estilo clássico como a preservação do corte mais alto da calça, utilização de fivelas e cintos, a manga longa nas camisas, a estampa xadrez, o conforto das botas, o uso de chapéu, entre outros elementos.

Cuidados para se trabalhar com a moda.

Os lançamentos das coleções promovem um giro rápido das mercadorias. Veja como fazer para ter sempre novidades mas não ficar com encalhes.

Conheça o público-alvo – Saber quais são as preferências e o perfil comportamental dos clientes ajuda a identificar produtos com potencial maior de aceitação.

Fique atento às novidades – Consultar revistas e blogs podem ser úteis para identificar tendências de consumo e novas modas.

Compre em menor escala – Repor o estoque em quantidades menores de acordo com a demanda ajuda a evitar excesso de mercadorias.

Observe as vendas – As vendas vão indicar a quantidade de itens que o empreendedor deve comprar para seu estoque. Se elas estiverem baixas, é sinal de que o produto está em declínio.

Faça promoções – Se uma mercadoria sofreu queda brusca nas vendas em relação ao período anterior, é hora de queimar o estoque para não ficar no prejuízo.  No conceito de fast fashion (moda rápida) todas as etapas acontecem rapidamente e o empresário que não se preparar pode sofrer com mercadorias encalhadas nas prateleiras.

Uma dica para evitar o encalhe é repor o estoque mais vezes em menores quantidades. É mais seguro do que comprar tudo de uma vez em grande escala. Se o estoque ficou grande demais, é porque houve um erro de planejamento.

Vestidos, sapatos e até cortes de cabelos são influenciados pela TV e pelas revistas. O empresário que não estiver preparado para trabalhar com a fast fashion corre o risco de perder vendas, caso as mercadorias sumam das prateleiras e a reposição não seja imediata.

 

Três passos para montar uma loja de roupa multimarcas.

Plano – Monte um plano de negócio completo. Não se preocupe apenas em investir em um mobiliário bonito, um espaço aconchegante, uma vitrine maravilhosa, um ponto comercial estratégico e um serviço de qualidade. Esses não são mais diferenciais competitivos.

Atitudes – Procure propor algo diferente e inovador. Além, de bons profissionais treinados e bom atendimento, hoje seu negócio precisa de uma identidade forte.

Identidade – Estabeleça uma identidade própria. Um fenômeno corriqueiro entre as micros e pequenas lojas de roupas de bairro é imitar os maiores e não saber se comunicar com o seu público. Escolha um nome de fácil pronúncia, memorização e que traduz a essência do seu negócio. Em seguida procure um profissional competente para construir uma marca e toda identidade da sua loja, com padrões de aplicações na fachada, ambiente interno, uniformes e em toda comunicação direta com o seu consumidor.

Seja original – Não cometa erros de imitação. Muitos empreendedores por não ter conhecimento acabam cometendo o mesmo erro que a maioria e acabam se baseando em um negócio que teve uma experiência bem sucedida e vitoriosa, mas esquecem que nada é igual, nem se repete. A não ser no caso das franquias, em que uma marca de sucesso é replicada.