11 de julho de 2019

INOVE E VENÇA A CONCORRÊNCIA.   

A young boy dressed in business suit and tie wears a homemade jetpack and flying goggles raises his arms in the afternoon sun while running to take off into the air on an outcropping above the surf in Montana de Oro State Park, California. This young entrepreneur is ready to take his new business to new heights.
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Num mercado cada vez mais competitivo, em constantes mudanças, a inovação deixou de ser um fator de diferenciação para se tornar fundamental à sobrevivência da empresa. Hoje, quem não inova não sobrevive. Inovar passou a ser algo que faz parte do dia-a-dia de qualquer negócio. O empresário tem de pensar como vai surpreender o cliente com um novo produto ou serviço, ou de que maneira vai tornar a sua empresa mais eficiente, modificando o modelo de gestão.

Marcelo Sinelli, consultor do SEBRAE-SP, explica que o mercado está ficando complexo e o consumidor exigente, pois tem informações do que acontece lá fora. Os produtos, por sua vez, estão parecidos. Portanto, para um empresário se diferenciar e cobrar por isso, terá de inovar, oferecendo algo a mais. “Quando se inova constantemente, garante-se competividade para a empresa a longo prazo”, assegura Sinelli. Ele observa que inovar não significa ter idéias geniais a toda hora, mas encontrar pequenas soluções que otimizem o negócio.  Ou seja, descobrir novas maneiras de fazer a mesma coisa de maneira eficiente e barata, atendendo às necessidades do consumidor e da própria empresa.

Para quem deseja ter conhecimentos sobre este assunto, o SEBRAE oferece, em todo o país, um programa chamado Empresas Avançadas, no qual é abordada a Gestão da Inovação. Além disso, realiza palestras que tratam do tema de maneira mais específica. Maiores informações podem se obtidas pelo fone 0800 570 0800 ou pelo site www.sebrae.com.br

Disciplina e aprendizado

O pequeno empresário tem de saber que inovação não acontece apenas em nível de produto, pois é possível inovar em outras dimensõe. Segundo José Hernani Arrym Filho, sócio-diretor da consultoria Pieracciani Desenvolvimento de Empresas,  a inovação também se dá no âmbito do processo, no modelo de gestão e no modelo de negócio. “O pequeno empreendedor tem poucos recursos financeiros. Por isso, tem de ser inventivo e priorizar aonde pode tirar vantagens competitivas: se é com um produto inovador, no processo ou com um novo modelo de gestão”, ensina. A inovação pode ser provocada por mudanças tecnológicas ou por mudanças geradas pelo mercado e concorrentes da empresa. Hernani explica que as empresas líderes não se destacam apenas porque sabem fazer tudo com qualidade e custo controlado: elas são líderes porque também são inovadoras e sabem como gerir a inovação.

Inovação não é sinônimo de uma única idéia brilhante, mas fruto de disciplina e aprendizado. O grande desafio é fazer dela um sistema para ser aplicado no dia-a-dia da empresa.  O ideal é ter uma grande estratégia empresarial conectada com um sistema integrado de inovação, que compreende três elementos: o que se vai fazer no âmbito dos processos associados ao esforço de inovação; o que se vai fazer pelas pessoas (não se consegue inovar sem funcionários qualificados e comprometidos) e o que se vai fazer com o ambiente. Neste caso, não se trata apenas do ambiente físico da companhia, mas o que se deve fazer de modo sistemático além dos muros.

Ambiente para a inovação não pode ser entendido apenas como clima organizacional favorável e colaborativo: a empresa deve pensar ambiente de modo amplo e considerar também o chamado ambiente externo e as possibilidades de alianças com fornecedores, universidades, centros de pesquisa e inclusive com  seus concorrentes. “O governo brasileiro, ao longo dos últimos 20 anos, tem feito um trabalho importante no sentido de reduzir nossa distância da China, Coréia, Índia, Rússia e países desenvolvidos. Há marcos legais para a inovação e vários mecanismos de renúncia fiscal e de fomento para quem inova. Ou seja, o governo financia projetos de empresas que se impõem o desafio de inovar”, afirma Hernani.

Um ponto importante: não basta ser inovador. A empresa tem de passar essa imagem para o mercado. É preciso contar para seus clientes atuais e potenciais tudo o que está fazendo nesse sentido. Isso porque, às vezes, todo um esforço inovador é perdido devido à má comunicação. Outra solução é o pequeno empresário buscar a inovação em rede, a chamada open inovation. Ou seja, procurar recursos, parcerias e conhecimentos com instituições como o SEBRAE e SENAI. O empreendedor deve estar ciente de que tem de adequar seus produtos, serviços e processos aos clientes que estão mudando no comportamento, hábitos de consumo e uso de novas tecnologias. Por isso é preciso  criar uma cultura inovadora permanente que gere práticas sistemáticas de inovação.

Segundo Hernani, é preciso inovar sempre, de modo contínuo. Não existe um momento certo para se pensar em inovação, melhores períodos ou determinadas épocas. É algo a ser feito no dia-a-dia, pois, hoje, o concorrente está do outro lado do mundo, pensando e pondo em prática estratégias que poderão surpreender o empresário brasileiro. Daí a necessidade de se estar preparado para não ser pego de surpresa e sofrer um revés inesperado.

Investir em pessoas

Charles Bezerra, diretor-executivo da consultoria GAD’Innovation, afirma que a inovação deve estar presente no dia-a-dia de qualquer empresa, não importando o seu tamanho. Micro e pequenos empresários devem estar conscientes de que é possível fazer mais com menos. Mas, para isso, o empresário deve estar preparado, pois todos parecem acreditar que para fazer mais é preciso mais gente, para fazer melhor é preciso mais tempo e para fazer mais rápido é necessário mais estresse. Porém é possível sair desta armadilha. E o caminho é atacar na fonte, ou seja, na cultura da organização, onde as crenças são compartilhadas.

“O maior desafio dos líderes de hoje é criar uma cultura de inovação, um ambiente de construção coletiva de diferenciação onde não existam dogmas e tudo possa ser questionado sem o desejo de julgar ou impor opiniões. Onde o todo seja mais importante que as partes”, assegura Bezerra. Segundo ele, é fundamental que os empreendedores se dêem conta de que atitudes inovadoras nascem das idéias de pessoas. “Não adianta comprar um software de última geração se não houver gente especializada para operá-lo nos computadores. Ou seja, é preciso priorizar as pessoas no processo da inovação”, enfatiza.

FINANCIAMENTO

Quem deseja investir em inovação conta com algumas linhas de crédito.

Uma delas é o Cartão BNDES, um crédito rotativo e pré-aprovado destinado às micro, pequenas e médias empresas para o financiamento de investimentos e aquisição de produtos credenciados. No setor de inovação, os itens passíveis de apoio do Cartão BNDES são:

  • Serviços de Produto, Desenvolvimento e Tecnologia: extensão tecnológica; desenvolvimento de embalagens; design, ergonomia e modelagem de produto; prototipagem; resposta técnica de alta complexidade; projeto de experimento; avaliação de viabilidade e pedido de registro de  propriedade intelectual; técnico-especializados em eficiência energética e impacto ambiental; aquisição de conhecimentos tecnológicos e transferência de tecnologia; metrologia, normalização, regulamentação técnica e avaliação da conformidade (inspeção, ensaios, certificação e outros procedimentos de autorização).
  • Contrapartida financeira de MPME em programas executados pelo MCT/ Finep voltados para projetos de inovação e extensão tecnológica em cooperação com instituições científicas e tecnológicas – ICTs;
  • Serviços de avaliação e implementação da qualidade de produto e processo de software.

Saiba mais sobre as condições do crédito. Para solicitar o cartão, visite o Portal de Operações do Cartão BNDES.

 BNDES Automático

Objetivo: Apoiar, por intermédio de instituições financeiras credenciadas, projetos de investimento para implantação, ampliação, recuperação e modernização de ativos fixos, incluindo projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (P,D&I).

MPME Investimento: apoio a projetos de investimento, incluindo a aquisição de equipamentos nacionais novos e o capital de giro associado para micro, pequenas e médias empresas, de qualquer setor de atuação, e produtores rurais.

O Programa SEBRAETEC – Serviços em Inovação e Tecnologia é um instrumento do Sistema SEBRAE que permite  acesso a conhecimentos tecnológicos existentes na infra-estrutura de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), visando a melhoria de processos e produtos e/ou a introdução de inovações nas empresas ou no mercado.

O Sebraetec opera com subsídios de até R$ 5 mil por empresa; interessados poderão usar Cartão BNDES para financiar contrapartidas.

http://portal.pr.sebrae.com.br/sebraetec/Home.do

VEJA O QUE É INOVAÇÃO

Autor: José Hernani Arrym Filho – sócio-diretor da consultoria Pieracciani Desenvolvimento de Empresas.

O que é – Inovar é transformar idéias em negócios e obter resultados. Também é transformar, de modo sistemático, as idéias em conhecimento para a melhoria da lucratividade e da competitividade.

Quais os tipos de inovação possíveis – Pode-se inovar um produto na sua forma, cores, tamanhos e materiais aplicados, ou pensar em novos usos. Outra maneira é na forma de distribuição ou encontrando novos clientes. Podemos inovar os produtos e serviços e a maneira de financiá-los. Pensar em como fazer a propaganda de modo diferente do que fazem os concorrentes é outro tipo de inovação.

Diversificação  – O conceito mais original de inovação é o lançamento de um novo produto, ou a implantação de um novo processo, com base em uma tecnologia inovadora. Mas pode-se inovar também por meio do aperfeiçoamento dos produtos dos processos já existentes. E pode-se inovar em duas outras importantes dimensões além de produto e processo: o modelo de gestão e o modelo de negócio.

Implantação – A cultura da inovação não é levada de fora para dentro. A cultura da inovação é fruto das lideranças ativas da empresa, as quais devem envolver todos os colaboradores em um processo contínuo, sistemático e disciplinado de geração de idéias com foco em resultados. O maior desafio dos líderes é tornar cada colaborador um verdadeiro agente da inovação.

 10 ITENS QUE A SUA EMPRESA TEM QUE CONSIDERAR PARA SER INOVADORA

O especialista Valter Pieracciani, sócio da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas, dá dicas de como aumentar o grau de inovação da sua equipe. Ele também é autor do livro Usina de Inovações (Editora Canal Certo).

PESSOAS – Estão ao centro da inovação. Assegure-se que suas equipes conheçam, de fato, as técnicas para a geração de inovações (seis chapéus, brainstorming, mapas mentais etc.). Muitos profissionais pensam que conhecem, mas poucos realmente usam e aplicam estas valiosas ferramentas na prática.

PROCESSOS – Não há inovação sistemática, repetida, sustentável, sem um caminho ou um conjunto de etapas predefinidas para que as idéias surjam e fluam até se tornarem projetos de inovação. Desenhe este caminho, pensando em como aconteceu sua última grande inovação.

AMBIENTE – Deve existir um habitat para a inovação. O ambiente físico deve privilegiar a ação integrada das equipes, a comunicação e sinergização das idéias e a criatividade. Deve ser descontraído e alegre.

RELACIONAMENTOS – Ninguém faz inovação sozinho.  A empresa deve relacionar-se ativamente com universidades, institutos de pesquisa, clientes e fornecedores, potencializando assim os resultados.

VELOCIDADE – O mundo está girando muito depressa.  Tão importante quanto ser inovador é ser rápido e chegar primeiro. É por este motivo que devemos nos comparar o tempo todo a nossos concorrentes e estar seguros de que somos mais rápidos que eles.

TECNOLOGIA – É combustível valioso para a inovação.  Novas tecnologias que podem impactar diretamente nosso negócio surgem todos os dias.  Temos que acompanhá-las de perto e estarmos sempre prontos para incorporá-las em nossos negócios.

ESTRUTURA – A inovação não sobrevive em estruturas organizacionais compartimentadas e cheias de caixinhas. Os organogramas devem assegurar flexibilidade, privilegiar a gestão de projetos e os arranjos “ad hoc”.

INDICADORES – A sua empresa não evoluirá se não forem estabelecidos indicadores que meçam a inovação e metas. Estas devem ser permanentemente monitoradas.

VALORES – Cuidado com as diferenças entre discurso e a realidade. Na “usina de inovações”, há tolerância ao erro e afinidade com o risco. Experimenta-se mais e “benchmarkeia-se” menos.

CULTURA – Todas as condutas acima reforçarão a cultura de inovação da sua empresa, na qual arrisca-se mais, pensa-se “fora da caixa” e faz-se diferente o tempo todo.